sábado, 26 de janeiro de 2008

Acreditar na vida...

É ter esperança no amanhã.
Saber que após a noite vem o dia.
Viver intensamente as emoções!
Pular de alegria e ser espontâneo.
Apreciar o nascer e o pôr-do-sol.
Amar as pessoas incondicionalmente.
Aproveitar todos os momentos...
Saber amar e saber perdoar as pessoas.
Brincar como uma criança. Chorar de felicidade...
Respeitar os sentimentos dos outros.
Encontrar a felicidade nas pequenas coisas.
Respirar a brisa do mar.
Ouvir a melodia suave de uma fonte.
Observar a natureza.
Adorar um dia de chuva.
Enxergar além das aparências.
Entender que somos pessoas únicas.

(autor desconhecido

A lucidez perigosa

Estou sentindo uma clareza tão grande que me anula como pessoa atual e comum:é uma lucidez vazia, como explicar?assim como um cálculo matemático perfeitodo qual, no entanto, não se precise.
Estou por assim dizervendo claramente o vazio.E nem entendo aquilo que entendo:pois estou infinitamente maior que eu mesma,e não me alcanço.Além do que:que faço dessa lucidez?Sei também que esta minha lucidez pode-se tornar o inferno humano- já me aconteceu antes.
Pois sei que- em termos de nossa diáriae permanente acomodaçãoresignada à irrealidade -essa clareza de realidadeé um risco.
Apagai, pois, minha flama, Deus,porque ela não me servepara viver os dias.Ajudai-me a de novo consistirdos modos possíveis.Eu consisto,eu consisto,amém.
Clarice Lispector (versificado pelo Pe. Antônio Damázio)

Ah sim as mãos...

Era um desejo antigo.As mãos.Dar as mãos.Só as mãos.Não olhar, não falar, não explicar, não pretender saber nada.Dar as minhas mãos a um desconhecido numa sala de cinema.Ou numa sala de teatro, tanto faz, desde que fosse numa sala pouco iluminada, onde só uma ténue luz encobrisse tudo para poder sentir tudo ainda mais.Sentir tudo através de uma mão.De duas mãos dadas.Dois desconhecidos de mãos dadas.As mãos de dois desconhecidos a contarem histórias uma à outra, a confessarem segredos uma à outra, a entregarem-se uma à outra, a rirem-se uma com a outra, a rirem-se muito, a não terem medo uma da outra nem de nada, a não saberem nada uma da outra, nem do que era aquilo nem do que viria depois, a pousarem uma sobre a outra e a esquecerem juntas este cansaço da vida...Duas mãos segurando-se uma à outra.Duas mãos a dançar.Uma, grande, os dedos compridos, esguios, firmes, a agarrarem a outra com força, a pegarem a largarem e a apertarem e a sentirem suavemente a pele e a apertarem outra vez e a fazerem vibrar todos os nervos do corpo e a darem mil voltas por trás e pela frente e pelos lados, os dedos entrelaçados a abraçarem, a colarem as nossas mãos.E depois as mãos soltas e os dedos a desbravarem os secretos caminhos entre as linhas da vida nas palmas das mãos e os braços e os antebraços a acompanharem a dança.Não é uma valsa.É um tango.Um tango argentino dançado na perfeição pelas mãos de dois desconhecidos.Sem palavra alguma.Nenhuma era precisa.Duas mãos a dançar.Dois estranhos segurando-se pelas mãos.Duas mãos a fazerem amor.As mãos de dois estranhos faziam amor.As mãos faziam amor.Faziam o amor.

Memé Eternamente...